terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ventre do coração


Deus nos deu, a todos, um ventre. Esse ventre na pélvis, para as fêmeas contém útero, trompa de falópio, ovário. Machos não vieram com tais atributos. Nesse ventre, são gerados seres de muitas espécies, inclusive nós humanos. Mas há um ventre que é comum a todos nós: o "ventre do coração".
Foi esse o lugar que Deus escolheu para criar o Éden. E dele cuidou, com todo esmero, para que todos os bens que lá se semeassem, crescessem e frutificassem. Então, nós, os homens (escolhidos para sermos a imagem e semelhança de Deus), ganhamos quinhão maior nessa partilha. Fomos dotados para o amor. E, por suma amabilidade do Senhor, a nós nos foi entregue uma seara de imensa graça. Um coração. Campo capaz de recolher a semente oferecida pela Divindade Eterna e de agasalhar as raízes do amor, da fé e esperança em nosso Criador.

E nós, donos absolutos desse imenso engenho, cuidamos bem do campo que nos foi dado?

O coração do homem (puro atributo de amor Divino), foi invadido pelo joio. O vale abundante e fértil, não nos serviu para a colheita de leite e mel. Foi ele permeado pelos espinhos duros da desobediência e pela erva daninha da falta de fé. Com isso, somos mendigos, famintos, sedentos, estrangeiros na terra do bem. Tornamo-nos vassalos do poder, do ter, do tem que ser, do "tudo para ontem". Nos afastamos da memória do maná, dos cestos abarrotados de pães e do poço de Jacó, poço de águia viva. Deixamos enfraquecer as raízes com que foram construídos nossos corações.
Abandonamos nosso pomar de bons aromas e fomos cutucar o fruto do vizinho, que sempre à espreita, nos maltrata e nos engoda. Ficamos novamente nus diante de Deus, alheados de que fomos de novo vestidos, mas sob o rigor da morte de cruz.

Em nossos corações há de brotar NOVA RAIZ, fortalecida na seiva da solidariedade, do amor e da caridade. E assim, seremos homens novos, trajados no espírito, com vestes alvas, capacitados a nos apresentar, como fomos concebidos, diante do nosso Redentor, a qualquer dia, a qualquer hora.


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