sexta-feira, 19 de abril de 2013

Dia do Indio

Por Áurea Maria Corsi   

Tecumseh
 
                 Para deleite dos visitantes e uma justa homenagem ao dia do Índio, segue um poema que muito nos diz. Aos injustiçados, que haja Justiça, mesmo que tardia!

               (Tecumseh (1768 - 1812) é o nome aproximado de um líder indígena dos  Shawnee que viveu no estado de Michigan. Ficou famoso pela coragem e pelas vitórias em inúmeras batalhas. Tecumseh é um ícone, respeitado pelos povos indígenas americanos e considerado um herói nacional no Canadá. Mesmo o seus inimigos declaravam-no um  homem genial, de grande bravura e de sabedoria incontestável.)
 
 
Tecumseh
“Quando o tempo é negro,
É preciso suportar o sofrimento.
Se o coração ódio alenta,
Tudo será sufocado,
Como a pedra mata a relva.
E se a hora é chegada,
Empunha a clava,
No fogo da batalha
A coragem encara a morte!

Um guerreiro nada teme,
E é mais valente
Pelos pequenos
Que a ele vêm.

A terra vive no coração do bravo,
Que nunca será tão fraco
Para dizer: ‘Tomem tudo que é meu!’ ”

A luz da pantera já se apagava no céu...
E ele vagou por montanhas e vales,
Por onde havia árvores,
E límpida água,
Que espirra da fonte,
No ar, leve, como pena branca...
Vem de longe,
Deve estar com fome,
Não crê nas promessas dos homens,
E prefere morrer pela espada,
Que viver sob as botas.

“Seremos fortes,
Se o espírito for puro!
O Grande Espírito é meu pai,
A terra é minha mãe,
Em seu regaço me reúno.
Eu voltei pela paz...
Os homens que têm discórdia
Não devem conversar em público,
Mas sob as calmas espirais de fumaça,
Para que não os engane o orgulho.

                                                                      A vingança


é veneno

atirado

contra

o vento!

 
Palavras saem da boca
E volteiam nos ouvidos,
Palavras podem encher um grande livro...
Eu aprendi os seus caracteres escuros,
E li que Jesus veio ao mundo,
Eles o mataram – o filho de Deus!
E depois mataram
Aqueles que não acreditavam nele.
Quem pode confiar em gente assim?

O homem branco é como grande serpente,
Que a todos engana
E a tudo devora.
O seu modo de vida
É a maneira da morte,
Eu estive na grande cidade:

                                            O ruído

                       desagrega

       o espírito.

As coisas

soterram

até mesmo

o brilho

das estrelas.

De sorte

que deve haver guerra!”
 
 
Ele pressente no sinal
Riscado à Facalonga,
O guerreiro que sangra até que o sol se ponha...
Por entre as folhas de plátano,
Descansa o Grande Espírito.


(Poema escrito na primavera de 2002)
 

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