sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

São Basílio Magno e São Gregório de Nazianzo, Bispos e Doutores da Igreja

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

        Basílio nasceu em Cesaréia da Capadócia, em 330, de uma família cristã; possuidor de grande cultura e muita virtude, começou a levar vida eremítica, mas em 370 foi eleito bispo de sua cidade natal. Lutou contra os arianos; escreveu excelentes obras, sobretudo regras monásticas, observadas até hoje por muitíssimos monges do Oriente. Teve grande solicitude para com os pobres. Morreu no dia 1º de janeiro de 379.


Gregório, nascido no mesmo ano de 330 nas proximidades de Nazianzo, empreendeu muitas viagens com o intuito de adquirir ciência. Acompanhou seu amigo Basílio à solidão, mas foi ordenado presbítero e bispo. Em 381 foi designado bispo de Constantinopla; contudo, devido a divisões existentes naquela Igreja, retirou-se para Nazianzo. Aí morreu no dia 25 de janeiro de 389 ou 390. Pela profundidade de sua doutrina e encanto da sua eloquência, foi cognominado ‘o teólogo’.


A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de São Basílio e
São Gregório Nazianzo, Bispos e Doutores da Igreja  :

Ofício das Leituras

Segunda leitura
Dos Sermões de São Gregório de Nazianzo, bispo
(Oratio 43, in laudem Basilii Magni, 15,16-17.19-21 : PG 36,514-523)  
(Sec. IV)

Como uma só alma em dois corpos
Encontramo-nos em Atenas. Como o curso de um rio, que partindo da única fonte se divide em muitos braços, Basílio e eu nos tínhamos separado para buscar a sabedoria em diferentes regiões. Mas voltamos a nos reunir como se nos tivéssemos posto de acordo, sem dúvida porque Deus assim quis.

Nesta ocasião, eu não apenas admirava meu grande amigo Basílio vendo-lhe a seriedade de costumes e a maturidade e prudência de suas palavras, mas ainda tratava de persuadir a outros que não o conheciam tão bem a fazerem o mesmo. Logo começou a ser considerado por muitos que já conheciam sua reputação.

Que acontece então? Ele foi quase o único entre todos os que iam estudar em Atenas a ser dispensado da lei comum; e parecia ter alcançado maior estima do que comportava sua condição de novato. Este foi o prelúdio de nossa amizade, a centelha que fez surgir nossa intimidade; assim fomos tocados pelo amor mútuo.

Com o passar do tempo, confessamos um ao outro nosso desejo : a filosofia era o que almejávamos. Desde então éramos tudo um para o outro; morávamos juntos, fazíamos as refeições à mesma mesa, estávamos sempre de acordo aspirando aos mesmos ideais e cultivando cada dia mais estreita e firmemente nossa amizade.

Movia-nos igual desejo de obter o que há de mais invejável : A ciência; no entanto, não tínhamos inveja, mas valorizávamos a emulação. Ambos lutávamos, não para ver quem tirava o primeiro lugar, mas para cedê-lo ao outro. Cada um considerava como própria a glória do outro.

Parecia que tínhamos uma só alma em dois corpos. E embora não se deva dar crédito àqueles que dizem que tudo se encontra em todas as coisas, ao nosso caso podia se afirmar que de fato cada um se encontrava no outro e com o outro.

A única tarefa e objetivo de ambos era alcançar a virtude e viver para as esperanças futuras, de tal forma que, mesmo antes de partirmos desta vida, tivéssemos emigrado dela. Nesta perspectiva, organizamos toda a nossa vida e maneira de agir. Deixamo-nos conduzir pelos mandamentos divinos estimulando-nos mutuamente à prática da virtude. E, se não parecer presunção minha dizê-lo, éramos um para o outro regra e o modelo para discernir o certo e o errado.

Assim como cada pessoa tem um sobrenome recebido de seus pais ou adquirido de si próprio, isto é, por causa da atividade ou orientação de sua vida, para nós a maior atividade e o maior nome era sermos realmente cristãos e como tal reconhecidos.


Fonte :
‘In Liturgia das Horas I’, 1111, 1113
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário