segunda-feira, 6 de abril de 2015

Minorias religiosas em perigo

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

  *Artigo de Padre António Carlos,
Missionário Comboniano

‘A intolerância religiosa tem vindo a aumentar acentuadamente em todo o mundo, afetando de modo muito particular as minorias religiosas e os cristãos... Coptas, drusos, mandeus, kalashas, samaritanos, yaziditas e zoroastras constituem as minorias mais ameaçadas e em vias de desaparecer. Muitos dos seus fiéis são perseguidos, torturados, assassinados e forçados ao exílio. Os terroristas do Estado Islâmico vêem-nos como heréticos e infiéis, e por isso, alvos a abater, escudando-se em Maomé, profeta do Islão, para justificar as suas práticas sanguinárias e cruéis. Os que mais correm o risco de se extinguirem são os mandeus, que em 2006 totalizavam cerca de cem mil e dos quais hoje devem restar poucas centenas, tendo a esmagadora maioria sido assassinada ou forçada ao exílio.

Os cristãos também constituem uma minoria em alguns países. No Médio Oriente, Índia, Paquistão e Nigéria são objecto de perseguição feroz, violência brutal e ódio por causa da sua fé. A este propósito, o patriarca da Igreja Sírio-Católica, Ignace Youssif III Younan, denunciou o genocídio que estão a viver os cristãos da Síria. Acusou ainda a comunidade internacional de só estar interessada no petróleo dos países do Médio Oriente e de estar aliada a governos que desrespeitam os direitos humanos e negam a liberdade religiosa.

Os ataques mais recentes a cristãos aconteceram em Lahore, a segunda cidade do Paquistão, provocando 14 mortos e mais de 80 feridos. O presidente da Conferência Episcopal do Paquistão referiu que o duplo atentado terrorista é um sinal evidente da fragilidade das minorias religiosas, que são deixadas indefesas e desprotegidas pelas autoridades do país. E o caso mais recente de ódio anticristão teve como vítima uma religiosa de 71 anos que foi violada por tentar impedir um grupo de homens de assaltar uma escola católica na Índia.

O Papa Francisco tem sido incansável no seu apoio aos cristãos perseguidos. Recentemente, enviou uma mensagem de conforto aos cristãos da Nigéria, manifestando a sua solidariedade às comunidades cristãs que têm sido vítimas de ataques terroristas ao longo dos últimos anos, em particular do grupo Boko Haram.

Em tempo de Páscoa, a celebração da vitória do bem sobre o mal, da vida sobre a morte graças à ressurreição de Jesus Cristo, traz-nos à memória todas as pessoas que estão a ser mortas por causa da sua fé. O mistério pascal de Cristo ressuscitado constitui, sem dúvida, para todos os cristãos e pessoas de boa vontade um incentivo a contrariarmos a indiferença em relação ao sofrimento dos nossos irmãos perseguidos. Aparentemente, podemos fazer pouco ou quase nada para acabar com esta tragédia. Mas podemos manter-nos informados, rezar, apoiar iniciativas em favor das minorias religiosas e dos cristãos mártires. E igualmente pressionar os nossos decisores políticos, grupos cívicos e religiosos para que tragam este tema para a mesa do debate público.’


Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.alem-mar.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EukZAyFpFkyYGZqJxm

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