terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Fenômeno mundial

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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O panorama desenhado pelo Papa no tradicional discurso de início de ano aos embaixadores confirma que o olhar da Igreja de Roma sobre «este nosso mundo, abençoado e amado por Deus, embora atormentado e aflito por muitos males» tem uma ótica deveras planetária. E este ponto de vista mundial sabe abraçar com lucidez e igual esperança os dois fenômenos que mais inquietam e preocupam a comunidade internacional : por um lado, a vaga crescente da violência que usa e, por conseguinte, blasfema o nome de Deus, e por outro o drama que marca a maior parte da migração.

Perante estas emergências o Pontífice retoma o tema central da misericórdia, que está no âmago do Evangelho. Por esta razão, desde o início do seu pontificado Bergoglio insiste sobre isto, a ponto de ter proclamado um jubileu extraordinário da misericórdia que quis abrir na República Centro-Africana. Indicada como fio condutor das viagens internacionais do ano que acaba de terminar, é de fato a misericórdia que permite avançar juntos e repetir, como Francisco com os muçulmanos de Bangui, que «quem afirma acreditar em Deus deve ser também um homem ou uma mulher de paz».

Como os predecessores, Francisco hoje reafirma que «qualquer experiência religiosa vivida autenticamente só pode promover a paz» e condena mais uma vez atentados terroristas, massacres, violências que agridem obstinadamente pessoas inermes e indefesas, obrigando inteiras minorias – como os cristãos do Próximo e do Médio Oriente, recordados várias vezes pelo Pontífice – a êxodos dramáticos, e até «ao martírio devido unicamente à pertença religiosa». E impressiona no discurso papal o entrelaçamento destes fenómenos do nosso tempo com o ensinamento que vem das palavras das Escrituras judaicas e cristãs.

Já em 1952, na constituição apostólica Exsul familia que enfrentou amplamente o fenômeno migratório, Pio XII evocou a família de Jesus que procurava a salvação no Egito como modelo e apoio de todos os refugiados que, «forçados pela perseguição ou pela necessidade, são obrigados a abandonar a pátria». Do mesmo modo, hoje o seu sucessor pede que se escute «o brado de Raquel que chora os seus filhos porque morreram», segundo as palavras proféticas de Jeremias retomadas pelo evangelista Mateus. A fim de enfrentar com humanidade e com coragem estes dramas mundiais.’


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