quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O discurso de Bento XVI em Ratisbona, dez anos depois

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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‘‘Tenho esperança de que, depois das reações do momento, as minhas palavras na Universidade de Regensburg possam constituir um estímulo e um encorajamento para um diálogo positivo, e mesmo autocritico, tanto entre as religiões, como entre a razão moderna e a fé dos cristãos’.

Assim se exprimia o Papa Bento XVI na audiência geral de 20 de setembro de 2006, em relação ao discurso por ele pronunciado oito dias antes na Universidade de Ratisbona, na Alemanha, sobre o tema da ‘Fé e Razão’. Aquela ‘Lectio Magistralis’, feita  por Ratzinger há 10 anos, tornou-se, como é sabido, alvo de críticas da parte do mundo islâmico, devido a uma incompreensão ligada a uma citação muito severa do Alcorão, atribuída erroneamente ao Pontífice. Mas, para além desse mau entendimento - tal como Ratzinger desejava – as questões levantadas profeticamente naquele ‘Lectio Magistralis’ continuam a ser de grande atualidade tanto no contexto do debate etológico cristão como no âmbito do diálogo intercultural e inter-religioso. E não é por acaso que o site do ‘Pátio dos Gentios’ – a estrutura do Conselho Pontifício para a Cultura dedicada ao diálogo com os não crentes – tenha recolhido cerca de quarente intervenções de estudiosos de várias tendências para pôr em foco ‘Aquilo que resta de Ratisbona’. Isto sem intenções apologéticas, mas como ocasião de confronto de ideias. O nó ‘religião e violência’, assim como o do alargamento da esfera racional até à inclusão do divino e do transcendente para desenvolver o diálogo, sem deixar de lado a imprescindibilidade da helenização do cristianismo, são perspectivas que, dez anos depois, permanecem mais do que nunca válidas para interpretar as realidades de hoje.’


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