quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Cristãos do Iraque são vítimas da violência

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Cristãos que fugiram comemoram em Erbil a retomada
da cidade de Qaraqosh do Estado Islâmico

‘Os cristãos estão enraizados no Oriente Médio, em particular no Iraque, desde o começo do cristianismo, mas muitos precisaram fugir, como há dois anos, quando os extremistas do Estado Islâmico se apoderaram de Qaraqosh e de outras cidades do norte do país.

Na noite de terça-feira em Erbil, a capital da região autônoma do Curdistão, um grupo de cristãos que precisaram escapar da ofensiva do EI em agosto de 2014 dançaram e cantaram para celebrar a entrada das forças governamentais em Qaraqosh, no âmbito de uma ampla ofensiva para recuperar Mossul do grupo ultrarradical sunita.

A população de cristãos, uma minoria em um país majoritariamente muçulmano, diminuiu drasticamente nos últimos anos.

Depois da invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003, o Iraque se converteu em um campo de batalha entre insurgentes e tropas estrangeiras, antes de afundar em uma guerra sectária. A comunidade cristã, associada aos cruzados ‘ocidentais’, foi atacada em diversas ocasiões, o que desencadeou a fuga de muitos de seus membros.

Quando o EI conquistou Mossul, em junho de 2014, os cristãos da segunda cidade do país receberam um ultimato : se converter ao Islã, pagar um imposto ou abandonar a cidade, sob pena de ser executados.

Algumas semanas depois, com a tomada de Qaraqosh, os cerca de 120.000 cristãos que viviam na província de Nínive - onde se encontra Mossul - precisaram fugir.

A seguir, alguns dados sobre os cristãos do Iraque :

- Antigamente estimada em mais de um milhão de pessoas, 600.000 das quais em Bagdá, esta comunidade formada por caldeus, assírios, armênios e siríacos diminuiu muito. Calcula-se que atualmente existam menos de 350.000 cristãos no país.

- Antes da invasão americana de 2003, 60.000 cristãos viviam em Mossul, onde em 2014 restavam apenas vários milhares.

- Dos 120.000 cristãos que fugiram em 2014, 20.000 abandonaram o Iraque e os demais se refugiaram em outras regiões do país, entre eles 50.000 em Erbil, a capital do Curdistão.

- Os cristãos do Iraque são uma das comunidades cristãs do Oriente Médio mais antigas.

- Os caldeus representam a grande maioria e formam uma comunidade católica de rito oriental. A igreja caldeia, cuja liturgia é feita em aramaico - a língua falada por Jesus - é considerada uma das igrejas cristãs mais antigas.

- Os outros católicos são os siríacos católicos, os armênios católicos e os católicos latinos.

- Entre os não católicos, os mais numerosos são os assírios (nestorianos). Os outros são siríacos ortodoxos e armênios ortodoxos.

- Como outras minorias no Iraque, os cristãos foram com frequência alvos de ataques de grupos sunitas radicais, em particular de sequestros e atentados contra suas igrejas.’


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