segunda-feira, 8 de maio de 2017

Maria, missionária das boas notícias de Deus

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo de Bernardino Frutuoso,
Jornalista


‘Maria, mãe de Jesus, ícone da ternura e «rosto materno de Deus» (Boff, 1999), sempre ocupou um lugar primordial no coração dos crentes. Ela é «mãe do evangelho vivente» (Evangelii Gaudium, 286) e primeira discípula missionária. Diz «sim» ao plano salvífico de Deus, acompanha Jesus nos caminhos da Galileia e está junto da cruz, mostrando que o amor é fiel até ao fim. Testemunha a alegria da ressurreição, anima e ora com os discípulos no cenáculo (At 1, 14). Prepara os apóstolos para receber o sopro renovador do Espírito Santo nos seus corações temerosos e desorientados (cf. Lc 24, 38ss) para que, assim, fortalecidos pela graça, continuassem a missão de Jesus e fossem missionários corajosos do Reino da paz, do amor, da fraternidade. Como afirma Francisco, Maria «tornou possível a explosão missionária que se deu no Pentecostes» (EG, 284).

Ao longo dos séculos, Maria conserva essa proximidade e lugar central na vivência da fé. Os crentes, nas vicissitudes da vida, nos momentos de alegria, ação de graças, desânimo, agrura e tentação de renunciar ao caminho de Cristo, encontram na mãe da ternura uma «amiga sempre solícita», uma instância de esperança, proteção e porto seguro, pois sabem que Ela «sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura» (EG, 286). As aparições marianas enquadram-se nessa lógica do amor maternal. Maria, protótipo de uma «Igreja pobre e em saída», vem ao encontro da humanidade e comunica uma mensagem de salvação, esperança e revitalização da fé.

As aparições de Fátima – de que celebramos o centenário – são surpresa e boa notícia de Deus, experiência de encontro de amor que «só se vê bem com o coração» pois «o essencial é invisível aos olhos» (Saint-Exupéry). Fátima é um lugar global, casa universal onde milhões de peregrinos de diferentes nações, línguas e culturas se encontram com Deus por mediação de Maria. É um espaço singular de silêncio profundo, viagem interior, encontro pessoal e comunitário, interpelação pelo sentido autêntico da vida. Uma experiência mística que faz renascer nos peregrinos o mais belo e digno da existência humana e o questionamento sobre o compromisso pela transformação da própria vida e do mundo.

Fátima irradia o dinamismo missionário do Evangelho, ajuda-nos a ler hoje os sinais dos tempos e impulsiona-nos a viver em estado permanente de missão. «Peregrinar, caminhar juntos, leva-nos a sair de nós próprios e a abrirmo-nos aos outros, escutando-os e partilhando a própria existência, com o espírito missionário e sinodal que se espera hoje da Igreja», sublinham os bispos portugueses na carta pastoral para o centenário. No mundo atual, desumanizado, indiferente, a viver «a terceira guerra mundial em pedaços» – na expressão de Francisco, que nos visita este 13 de Maio como peregrino da paz e da esperança –, o apelo de Fátima para gerar processos de paz internos e exteriores mantém atualidade. Maria, missionária das boas notícias de Deus, acompanha a nossa peregrinação, faz-nos acreditar «na força revolucionária da ternura e do afeto» (EG, 288) e lança-nos como protagonistas criativos e audazes na aventura de comunicar a alegria do Evangelho ao mundo.’

           
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